MARTIN HANNET


Este será o primeiro "post sonoro", para entrar no clima, dê um click no botão PLAY abaixo e boa leitura...



O trabalho deste extraordinário mas bizarro Mancunian, (The people of Manchester) inclui a produção de álbuns para The Durutti Column, Buzzcocks, The Stone Roses, A Certain Ratio, New Order e Happy Mondays, entre outros, mas certamente o que o tornou conhecido foi o trabalho pioneiro com o Joy Division, nos álbuns Unknown Pleasures, Closer e Still.
Produtores, via de regra, são figuras estranhas e discretas, contudo, a sua influência torna-se óbvia quando se percebe a coerência de todo o seu trabalho em bandas e álbuns diferentes. As sonoridades semelhantes são em boa parte o resultado de "modas" e assim, se o que está "rolando" é disco, vamos ter 500 artistas dos top charts com a mesma sonoridade, tempos depois, se o que estiver "rolando" for o grunge, vamos ter inúmeras bandas a soar "grunge".
No entanto, as evoluções na textura da música, fazem-se mais por saltos quânticos do que por transições suaves, e esses saltos são sempre o resultado de um número muito restrito de pessoas, por vezes em colaboração, por vezes sós, que experimentam com novas formas de gravar e produzir, muito influenciadas também por novas ferramentas tecnológicas e efeitos (que os próprios desenvolvem às vezes). Esses saltos são depois reutilizados e trabalhados por outros produtores.
Não sou crítico nem músico, mas considero que um desses momentos mágicos aconteceu na união Joy Division e Martin Hannett, ou Martin Zero, como também era conhecido, porque nos discos que foram frutos dessa união, a produção é incontornável e penso que não se tinha ouvido nada assim antes.
E aí o ponto principal.. Não se pode pensar em Joy Division sem a sonoridade que Martin Hannet idealizou, pois ela contribui em grande parte para o que tornar a música do Joy Division tão relevante ainda hoje, na minha opinião, ele foi "O CARA" por trás do Joy Division.
Sua influência ecoa em faixas de várias bandas de hoje, como o The Killers, Kaiser Chiefs e Radiohead, contudo, apesar da extraordinária influência seu trabalho de produção e de personalidade tinha sobre as bandas de seu tempo, sua vida foi tão trágica e destrutiva como seu trabalho foi inovador e criativo.
O abuso de drogas foi uma importante característica da vida de Hannett e há pouca dúvida de que sua morte prematura foi relacionada aos anos de abuso e experimentação. O forte efeito que isso teve em sua personalidade é só um palpite, mas ele certamente tinha uma reputação de ser um homem difícil de se trabalhar, sempre presumindo conhecer muito melhor do que a própria banda como a música devria soar.
Martin Hannet também foi um dos fundadores originais da Factory Records em 1978 juntamente com Tony Wilson, Alan Erasmus e Peter Saville e ajudou a criar a sonoridade Manchester, mas isso fica para outro post.

Peter Saville, Tony Wilson e Alan Erasmus

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Um comentário:

  1. Não é a toa que os caras se chamam producer, que pode ser traduzido como criador!

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