JARNO TRULLI


O piloto italiano Jarno Trulli, a exemplo dos seus demais colegas, celebra as conquistas na Fórmula 1 com borbulhantes jorros de champagne. Essa, porém, é apenas a vontade dos patrocinadores, não a dele, que se pudesse escolher festejaria com outro vinho, certamente um Montepulciano d'Abruzzo da vinícola Podere Castorani. Seria uma excelente oportunidade de exibir ao mundo o produto da atividade que desenvolve quando não está ao volante do seu F1. A Podere Castorani pertence à família e ele é uma espécie de embaixador da empresa, divulgando os rótulos pelos centros que integram o glamouroso circuito do campeonato automobilístico.


Tornou-se comum a presença de celebridades entre os produtores de vinho. O silêncio das caves é um refúgio para a exposição a que certas carreiras obrigam, e há a natureza prazerosa do trabalho e a sofisticação dos resultados. Gerard Depardieu, Mick Jagger, Robert Redeford, Olívia Newton-John, Bob Dylan, Cristopher Lambert, George Lucas, Ed Harris e Sam Neil são alguns exemplos. O mais famoso, entretanto, é o de Francis Ford Coppola, que utilizou parte dos lucros da série O Poderoso Chefão III para adquirir a Inglenook, lendária vinícola do Napa Valley (Paulo Waack falará mais a respeito em breve), responsável pela introdução na Califórnia de variedades francesas como a Cabernet Sauvignon e a Merlot.




No caso de Trulli, o vinho já circula pelas veias da família há gerações. Entre as memórias de infância do piloto, estão as brincadeiras nos vinhedos e adegas da vinícola do avô, Gaetano. A Podere Castorani foi adquirida por ele e seu pai, Enzo, em 1998. São 35 hectares de vinhas na comunidade de Allano, em Abruzzo, região próxima a Roma. Com grande valor histórico (data de fins do século XVIII), a propriedade encontrava-se em franco declínio, exigindo um significativo investimento na recuperação das plantações e na instalação da nova cantina. Predominam as uvas clássicas do lugar, a Montepulciano e a Trebbiano d'Abruzzo, mas reservou-se uma parte da área para experimentações com outras cepas. O método utilizado nos vinhedos é o orgânico, sem adubos nem herbicidas ou pesticidas químicos.


A elaboração dos vinhos está confiada ao experiente enólogo Luca Petricelli e com uma produção de 400 mil garrafas anuais, abrange tintos, brancos e rosados, distribuídos pelas duas linhas principais, a Castorani e a Jarno, com envelhecimento, respectivamente, de 12 e 18 meses em barricas de carvalho. A reputação conquistada por Trulli no mundo esportivo foi, com certeza, a chave que escancarou mercados importantes como o inglês, o canadense, o japonês e o norte-americano, mas, como ele mesmo ressalta, só isso não basta. "Nós podemos vender inicialmente pela minha imagem, mas se o produto for ruim não terá continuidade. Precisamos, por isso, levar a qualidade aos limites."

Um comentário:

  1. Gostei da pressão para um Post sobre a vinícula do Coppola no Napa Valley. Estive lá em 2005 e acho que a região do Napa Valley é provavelmente a melhor região vinícola do mundo do ponto de vista do turismo. É uma excelente viagem.

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